terça-feira, 1 de novembro de 2011

Inesperadamente...

Estava, como sempre, atrasado para o novo trabalho. Correu por algumas quadras até chegar ao ponto onde pegaria a condução. Ao chegar próximo, notou que duas pessoas caminhavam ao seu lado, uma delas – criança ainda – estava com uma mascara no rosto e falava sem parar, já a outra pessoa – de cabelos brancos e aparência menos humorada – apenas escutava e acenava com a cabeça. Logo imaginou que aquela criança deveria ter colocado a mascara em alguma brincadeira e estava se divertindo com o passeio. A empolgação era tanta que não pode deixar de ouvir os planos da pequena pessoa:

- Tio, pensei em irmos e quando voltarmos vamos passar no Shopping porque eu quero brincar nos brinquedos, depois nós vamos no cinema não vamos?

A pessoa, que aparentava ter o grau de parentesco devido ao chamamento, mal respondeu, apenas olhava atentamente para a rodovia, onde passaria a condução.

Como estava cheio de atividades durante o dia, voltou-se para a sua leitura e deixou de tentar escutar as conversas alheias, mas, momentos depois, uma coisa não lhe pode passar pelos ouvidos. Uma mulher, que acabara de chegar ao mesmo ponto, havia perguntado o motivo de o menino estar usando aquele objeto no rosto. Esforçou-se para ouvir, mas o barulho dos carros passando o impediu. Apenas notou o gesticular do pequenino – que ainda falava muito – seguido da expressão de desconforto da solidária senhora.

Um minuto de silêncio em seus pensamentos confirmavam o que seria a segunda opção do possível motivo ao uso da mascara...

O veiculo chegou, parou e os passageiros subiram todos. Logo que entrou notou que haviam lugares no fundo e se dirigiu rapidamente.

Olhando pelas costas dos passageiros da frente, notou que de um lado, sozinho, estava o senhor apreensivo do ponto. Passando o olho pelos demais lugares, notou do outro lado o simpático menino sentado ao lado de outra pessoa e ainda papeando sem parar.

Uma coisa estava em sua mente durante todo o trajeto: Como aquele garoto poderia estar tão feliz e o senhor tão desconfortável? ...

A resposta não vinha à mente... Só tinha atenção voltada a admirar a atitude do pequenino.
Ainda sem entender muito, chegou a hora da parada.

Desceu, caminhou, pensou...

Apenas uma coisa poderia explicar aquilo tudo.

Foi aí que a conclusão chegou à sua mente: uma criança não precisa se preocupar com os problemas, pois a sua esperança na vida é tamanha que acaba se transformando em realidade, mesmo que temporária...

Doar-se nunca é de mais, principalmente quando a VIDA depende disso!!!



sábado, 29 de outubro de 2011

Infinitamente voar...

Sentia-se como se nunca mudasse a estação. Recorria todos os dias aquelas mesmas canções. Melodias que eram capazes de transportar uma pessoa para lugares jamais sentidos sem, sequer, tirá-las do lugar. A alma voava infinitamente, percorria quilômetros, por lagos, campos, cidades, florestas, oceanos. Era como se estivesse em um mundo diferente, onde apenas as coisas boas dessa vida existiam. O vento batia no seu rosto enquanto aquela música soava em seus ouvidos. Enquanto olhava os lindos jardins floridos, que pareciam não ter fim, lembrava-se da pessoa que compôs tamanha obra de arte. Sem, sequer, reparar nas aparências, apreciava o seu mais interno sentimento ao compor cada detalhe, cada nota musical, cada compasso. Tudo era perfeito.

Entendia que não era a única pessoa neste mundo, que existiam outras que, mesmo poucas, também viviam os mesmos momentos. Aquela inquietação da alma que não deixava de ser uma dor e, ao mesmo tempo, uma alegria intensa. Um estado de espírito jamais explicável. Percebia que, em cada frase melódica, novos segredos eram revelados. Era como se o som fosse reproduzido em linhas e cores que, apanhando-o no flutuar de sua leveza interior, eram capazes de envolver de tal maneira que parecia não querer chegar ao fim. Como relâmpagos, apareciam cenas que representavam a oscilação de sentimentos. Às vezes muito felizes, às vezes angustiantes. Em alguns momentos eram cômodos, mas em outros provocavam uma inquietação sem fim.

Porque aquilo? O que o faria se sentir dessa forma? Estava triste ou feliz? Não tinha nenhuma resposta. Era apenas a música que o transportava. Como se a razão de tudo fosse única: ouvir. Repetia dezenas de vezes a mesma faixa do CD e não entendia porque não enjoava. Era como se aquela música fosse feita para uma pessoa. Tudo o que queria era continuar daquele jeito. Sonhava em resumir a sua vida naquele momento de esplendorosos sentimentos, porém intraduzíveis. Mas como toda e qualquer canção tem de ser finalizada, a cada dia ficava uma lembrança, algo que dizia “não pare, ainda terá muito mais”.

E sempre esperava!

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

"Déjà vi" ?!


Andamos pelas ruas da cidade sem ao menos saber, ao certo, o que estamos fazendo, mas sempre temos uma certeza: aquele caminho nos levará a algum lugar. Quem é que nunca chegou em algum lugar a pé e se tocou que não se lembra de ter percorrido todo o longo caminho, apenas ligou o "piloto automático" e foi?! Assim também são as lembranças do que já se foi. Tantas histórias, algumas tristes, outras felizes, mas todas importantes para lembrar do que te fez ser o que é hoje. É sempre bom lembrar (sorrindo) do que te aflingiu no passado. Aquele medo repetido todos os dias, aquelas cicatrizes dos tombos que caía (e chorava rios), aquelas pessoas que lhe causavam angústias. Mas é muito bom mesmo lembrar dos momentos felizes, mesmo quando há uma "vegonha alheia". Aqueles amigos de infância que você sempre contou, mesmo após brigar eternamente com eles por causa de uma cola (lembra disso?). Ou aqueles que você odiava mortalmente, mas hoje, mesmo com as guerras diárias, ama no fundo do coração. Tem aqueles também que você (confesso) usava para seu próprio bem, mas que sempre foi tão importante, que o vínculo e o carinho nunca acabou. Aquelas lembranças, mesmo que remotas, das pausas para a diversão, onde o pátio daquela tal escola era pequeno para tamanha confusão. Ai que saudade disso tudo! Como é bom tudo isso. Como é bom saber que você sempre teve amigos. Como é bom relembrar as caracteristicas de cada um quando criança e comparar com o que eles são hoje (exatamente a mesma coisa! com pouquissimos adornos acrescentados!). Ai quanta lembrança boa, quantas histórias cômicas, quantas brigas, quantas risadas, quantos "tapas na cara", quantas decepções, quantas pessoas, divertidas turmas, encantadoras professoras. Que emoção! Que sonho bom!

Frase do dia...

"Ó verdade, tão antiga e tão nova, quão tarde te conheci, quão tarde te amei! Tu és o meu Deus, por ti suspiro dia e noite. Desde que te conheci, tu me elevaste para ver que quem eu via, era, e que via, ainda não era...Tarde te amei, ó luz tão antiga e tão nova! Eis que estavas dentro e eu fora. Estava comigo e eu não contigo. Chamaste, chamaste, rompeste minha surdez, brilhaste, resplandeceste e afugentaste minha cegueira. Ó beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei." ("Confissões", de Santo Agostinho)

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Frases do dia:


"Me sinto como um apaixonado 24 horas, mas essa paixão não tem destino concreto. É para quem quiser recebê-la, sem, ao menos, se importar com a origem ou com o destino que esse sentimento terá".  

 "Jamais serei um bobo. Sou apenas um vivente. O Problema é esse, as vezes sou vivente de mais."